RECURSO INOMINADO CÍVEL (460) Nº 0001728-96.2020.4.03.6324
RELATOR: 4º Juiz Federal da 2ª TR SP
RECORRENTE: STEPHANIE MARTINS DE MORAIS
Advogados do(a) RECORRENTE: FERNANDO APARECIDO BALDAN - SP58417-N, PAULO RUBENS BALDAN - SP288842-A
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Advogado do(a) RECORRIDO: EVERALDO ROBERTO SAVARO JUNIOR - SP206234-N
OUTROS PARTICIPANTES:
RECURSO INOMINADO CÍVEL (460) Nº 0001728-96.2020.4.03.6324 RELATOR: 4º Juiz Federal da 2ª TR SP RECORRENTE: STEPHANIE MARTINS DE MORAIS Advogados do(a) RECORRENTE: FERNANDO APARECIDO BALDAN - SP58417-N, PAULO RUBENS BALDAN - SP288842-A RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Advogado do(a) RECORRIDO: EVERALDO ROBERTO SAVARO JUNIOR - SP206234-N OUTROS PARTICIPANTES: R E L A T Ó R I O Trata-se de recurso da parte autora em face de sentença de improcedência do pedido de concessão de auxílio-acidente.
RECURSO INOMINADO CÍVEL (460) Nº 0001728-96.2020.4.03.6324 RELATOR: 4º Juiz Federal da 2ª TR SP RECORRENTE: STEPHANIE MARTINS DE MORAIS Advogados do(a) RECORRENTE: FERNANDO APARECIDO BALDAN - SP58417-N, PAULO RUBENS BALDAN - SP288842-A RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Advogado do(a) RECORRIDO: EVERALDO ROBERTO SAVARO JUNIOR - SP206234-N OUTROS PARTICIPANTES: V O T O O direito ao recebimento do auxílio-acidente é restrito aos segurados empregado, avulso e especial, nos termos do artigo 18, parágrafo primeiro da Lei 8.213/91. Neste sentido: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AUXÍLIO-ACIDENTE. BENEFÍCIO INDEVIDO AO TRABALHADOR AUTÔNOMO. PROVIMENTO NEGADO. 1. Nos termos do art. 18, I, § 1º, da Lei n. 8.213/91, com a redação dada pela LC n. 150/2015, "somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, II, VI e VII do art. 11 desta lei", ou seja, o segurado empregado, o empregado doméstico, o trabalhador avulso e o segurado especial, não figurando nesse rol o trabalhador autônomo, atualmente classificado como contribuinte individual pela Lei n. 9.876/1999. 2. Os trabalhadores autônomos assumem os riscos de sua atividade e, como não recolhem contribuições para custear o acidente de trabalho, não fazem jus ao auxílio-acidente. Precedente da Terceira Seção. 3. Agravo regimental não provido. (STJ - AGRESP 200902381037, SEXTA TURMA, DATA DE 25/11/2015.) Esse é o entendimento firmado pela TNU ao fixar a seguinte tese: “o contribuinte individual não faz jus ao auxílio-acidente, diante de expressa exclusão legal”. (Tema 201) No caso dos autos, o perito médico especialista em ortopedia e traumatologia atestou que a parte autora apresenta sequela de traumatismo no membro inferior (tornozelo, fêmur distal e planalto tibial) e concluiu pela existência de incapacidade parcial e permanente para atividade laborativa habitual. Fixou as datas do início da doença e da incapacidade em 03/2017. Por fim, informou que há mobilidade reduzida, que a parte autora deverá manter o tratamento conservador e que não há impedimento para o exercício da atividade laborativa habitual (evento 14). Com efeito, conforme preceitos citados, a despeito de existir uma leve sequela, ainda que mínima a lesão, a sentença merece reparos, considerando que à época do acidente, a parte autora vertia recolhimentos para a Previdência Social como contribuinte individual, conforme extratos do CNIS que instruíram a petição inicial (fls. 12/13 do evento 02), categoria que não se enquadra no rol de beneficiários do auxílio-acidente, nos termos do artigo 18, § 1º, da Lei 8.213/91. Recurso da parte autora desprovido para manter a sentença nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/95. Condenação da parte recorrente vencida ao pagamento de honorários advocatícios de 10% sobre o valor da causa corrigida monetariamente, cuja exigibilidade fica suspensa por ser beneficiária da justiça gratuita, nos termos do artigo 98, parágrafo 3º. do Código de Processo Civil.
E M E N T A
PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. PERÍCIA REVELOU SEQUELA DE TRAUMATISMO TORNOZELO, FÊMUR DISTAL E PLANALTO TIBIAL. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PARCIAL E PERMENENTE. DIB E DII EM 03/2017. RECONHECIMENTO DE REDUÇÃO DE MOBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE PARA ATIVIDADE LABORATIVA HABITUAL. TNU. TEMA 201. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL NÃO FAZ JUS AO AUXÍLIO-ACIDENTE, DIANTE DA EXPRESSA EXCLUSÃO LEGAL. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA NOS TERMOS DO ARTIGO 46 DA LEI 9.099/95. RECURSO DA PARTE AUTORA DESPROVIDO.