Honorinda Oliveira Rabelo, 78 anos, copeira aposentada, chegou hoje ao Juizado Especial Federal de São Paulo às nove e quinze da manhã para ver como estava seu processo de revisão de benefício. Como ela, centenas de outras pessoas que passaram hoje pelo órgão tiveram uma grata surpresa: foram recepcionadas por um grupo de seresteiros chamado Alegria de Viver, integrado por pessoas acima de 50 anos, que interpretaram canções como "Paz do meu amor" e "Como é grande o meu amor por você". Era a primeira das atividades programadas em comemoração ao Dia do Idoso, cujos trabalhos foram abertos pelo diretor da secretaria do Juizado Especial Federal, Sérgio Dias dos Santos.
Sérgio Dias disse aos presentes que "para os funcionários do Juizado todo dia é dia do idoso" e que há um esforço de toda sua equipe para superar as dificuldades e atender cada vez melhor a este segmento da população, tão negligenciado pela sociedade.
Na seqüência, Oscar Ferraz Gomes, delegado titular da Primeira Delegacia de Polícia de Proteção ao Idoso de São Paulo, proferiu palestra e nos lembrou que, em grande parte das vezes, a violência contra o idoso é perpetrada pela própria família, na forma de abandono material, maus tratos e apropriação indébita e, muitas vezes, os idosos não levam avante suas queixas por temerem represálias dos próprios familiares ou de quem deveria tomar conta deles, incluindo órgãos públicos. A delegacia do idoso foi criada em 1992. Somente em 2004 já registrou 463 boletins de ocorrência e mais de 100 aberturas de inquéritos. Atende, em média, de 30 a 35 pessoas por dia.
Esteve presente, também, o Conselho Estadual do Idoso, representado por Maria de Lourdes Peixoto da Conceição, que destacou a assinatura do Estatuto do Idoso como uma grande vitória do movimento. "Agora temos que lutar para que seja cumprido e a fiscalização disso depende de nosso conhecimento e da nossa cobrança". Conclamou os idosos a participarem dessa luta, engajando-se nos conselhos municipais dos idosos. Foram distribuídas 100 cópias do Estatuto do Idoso entre os presentes.
Na parte da tarde, o evento prosseguiu com palestra sobre prevenção da AIDS e doenças sexualmente transmissíveis, ministrada pelas agentes de prevenção do Grupo Elas por Elas, Madalena Pellici Monteiro e Maria da Conceição Couto. As agentes assinalaram que o número de mulheres idosas contaminadas com o HIV vem crescendo assustadoramente. E isso ocorre por absoluta falta de esclarecimento da população sobre os riscos de manter relacionamento sexual sem a devida proteção. Houve distribuição de preservativos masculinos e femininos e orientação sobre como utilizá-los. Os participantes, a princípio acanhados, acabaram se rendendo ante a fala de uma das palestrantes: "Vergonha é dizer 'estou com AIDS'!". Sônia Fortes Ferrini, 46 anos, advogada, que passava pelo local, considerou a palestra esclarecedora.
O ponto alto das atividades foi a sessão de massagens (shiatsu), realizada pelos terapeutas Lúcio Rosa e Márcia Faria, que permaneceram no Juizado das 11 às 15 horas. "Se tiver um dia como esse todo ano, virei sempre", disse Honorinda Ribeiro, após relaxar com a massagem.
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Assessoria de Comunicação Social do TRF3
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