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05 / outubro / 2018
TRF3 PROMOVE RODAS DE CONVERSA EM COMEMORAÇÃO AO “OUTUBRO ROSA”

 Servidoras e colaboradoras terceirizadas debateram a saúde da mulher

O Tribunal Regional Federal da 3.a Região (TRF3) promoveu, nos dias 3/10 (quarta-feira) e 5/10 (sexta-feira), rodas de conversa com servidoras e colaboradoras terceirizadas, sobre questões relacionadas à saúde da mulher. Os eventos, realizados em comemoração ao “Outubro Rosa”, dão continuidade ao projeto Justiça, Gênero e Arte, organizado pela Comissão AJUFE Mulheres, com apoio da Presidência do TRF3.

O “Outubro Rosa” é uma campanha internacional de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do câncer de colo do útero.

Durante as rodas de conversa que ocorreram no TRF3, contudo, a discussão foi mais ampla, e tratou de questões como direito à saúde, contracepção, atendimento em unidades públicas de saúde, violência e sororidade.

Com o público dividido em três grupos, a conversa foi pautada por canções que abordam a saúde física e psíquica da mulher: a versão de Doralyce e Silvia Duffrayer para “Mulheres”, de Martinho da Vila; “Maria da Vila Matilde (Porque se a da Penha é Brava, Imagine a da Vila Matilde)”, de Elza Soares; “A Lei Maria da Penha em Cordel”, de Tião Simpatia; e “Beijinho no Ombro”, de Valesca Popozuda.

Os debates foram instigados por dados e informações técnicas trazidos por especialistas convidadas: três profissionais da saúde e uma advogada.
Médica da Família e da Comunidade, no Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, a Dra. Daniela Donação Dantas liderou uma das rodas de conversa e explicou que o conceito de saúde da mulher não se resume à ausência de doença física, mas procura tratar, também, das agressões à alma feminina.

“Quando se fala em saúde da mulher, é fazer uma consulta que escute os relatos que ela traz, quais são as necessidades de saúde, que pode ser pressão alta, violência doméstica, depressão, ansiedade, todas as questões que qualquer outro ser humano pode ter, as mulheres também podem ter”.

Para a médica, é preciso passar pela conversa e pelo esclarecimento, para compreender o de que cada mulher precisa. “É muito mais importante escutar as histórias das pessoas e entender o sofrimento, em saúde, do que se preocupar com resultados de exames, que muitas vezes são desnecessários ou podem produzir novas doenças.”

Advogada e presidente do grupo Elas por Elas Vozes e Ações das Mulheres, Cláudia Patrícia Luna disse que, para enfrentar o os diversos tipos de violência e de desigualdade sofridos pelas mulheres, diálogos e encontros como o promovido pelo TRF3 atuam de forma elucidativa e preventiva, e elogiou a iniciativa.

“Esta iniciativa é magnífica, pois se torna um mecanismo de empoderamento dessas mulheres. A maior ferramenta para que elas possam estar informadas sobre a violência é justamente participar de um evento como esse, porque, através da roda de conversa elas têm acesso à informação. Precisamos pensar a informação enquanto ferramenta de empoderamento, de transformação das suas vidas e das pessoas que estão em seu entorno”.

Também atuantes no Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde, as médicas Nathália Machado e Carla Cristina Marques lideraram os demais grupos das rodas de conversa.

A Dra. Nathália Machado afirma que buscou apresentar, no encontro, um olhar para a saúde da mulher como um todo, sem pensar só no câncer de mama.

“Falamos de violência, de direitos sexuais reprodutivos e de bem-estar. Esse modelo de roda de conversa é muito bom, porque os assuntos surgem, e a gente pode explorá-los, cada um na sua visão, e exercitar o poder da escuta. A saúde da mulher passa pelas questões feministas e passa por tirar o foco só da doença. A saúde da mulher vai muito além”.

Para a Dra. Carla Marques, o debate foi importante por tirar o foco de que mulher é só órgão reprodutivo e seios, e pensar em questões de violência, de gênero e em questões apresentadas pelas colaboradoras: relações familiares, tempo e dinheiro para lazer, acesso a serviços de saúde, dormir bem, condução adequada para o trabalho, etc.

“É uma oportunidade de o Tribunal tirar da invisibilidade essas mulheres, para elas se sentirem no foco mais autônomo no próprio cuidado e na construção do que é ser mulher, estar na sociedade, conseguir trabalhar e estar satisfeita no dia a dia”.

A médica Daniela Dantas acrescentou que são cada vez mais importantes eventos como esse, onde as mulheres possam falar de temas que são pouco abordados, conversados e pensados.

“É salutar que elas tenham espaço para expor suas opiniões e suas dúvidas. Muitas vezes não conseguimos falar sobre o nosso próprio corpo e sobre nossas próprias questões. Esses espaços permitem que as pessoas falem e tragam problemas que a gente vai descobrindo que são comuns a todas nós, que somos mulheres e vivemos na mesma sociedade”.

Colaboradora do TRF3 há 8 meses, Fabiana Silva de Alencar aprovou a iniciativa: “Achei interessante, eu pude falar, e o que me chamou mais atenção foi na parte da agressão contra mulher, eu já sofri, e nós só podemos falar do que a gente sofre. Sempre que tenho oportunidade e vejo meninas que cresceram junto falando sobre isso, eu digo: vamos mudar, assim não funciona”.

Miriam Doris, que trabalha no TRF3 há 3 anos, também participou de uma das rodas de conversa: “Esse evento é muito importante. Ajuda a gente a enfrentar os problemas dentro de casa. É muito bom você ter com quem contar, com quem conversar. Antigamente, a gente não tinha pessoas que pudessem nos ajudar. Hoje temos esse espaço aqui, é muito maravilhoso”.

A Presidente do TRF3, Desembargadora Federal Therezinha Cazerta, abriu a roda de conversa da quarta-feira, oportunidade em que agradeceu ao público pela presença e destacou que o trabalho das colaboradoras é essencial para que magistrados e servidores possam exercer suas funções.

Para a Magistrada, além da relevância do tema debatido, as rodas de conversa são uma oportunidade de aproximação entre pessoas que trabalham em diferentes setores do Tribunal.

As rodas de conversa foram coordenadas pela Desembargadora Federal Inês Virgínia Prado do Soares, que disse ser a roda de conversa o formato mais adequado para abordar a temática da saúde da mulher, pois permite a troca de experiências e de dúvidas comuns.

Fotos: ACOM/TRF3
Desembargadora Federal Therezinha Cazerta na abertura das rodas de conversa
Roda de conversa na quarta-feira (3/10)
Roda de conversa na sexta-feira (5/10)
Organizadoras, especialistas convidadas e colaboradoras na quarta-feira (3/10)
Participantes ao final das rodas de conversa na sexta-feira (5/10)
Dra. Cláudia Patrícia Luna, Dra. Carla Cristina Marques, Dra. Inês Virgínia, Dra. Daniela Dantas, Dra. Nathália Machado e servidora Célia Lopomo

 

Assessoria de Comunicação Social do TRF3

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