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08 / março / 2021
DESIGUALDADE DE GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA SÃO TEMAS DE DEBATE NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Primeiro dia do Webinário contou com a participação da ministra Cármen Lúcia (STF) e da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge 

A Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região (Emag) e a Comissão de Equidade de Gênero do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) realizaram hoje (8/3) a primeira palestra do webinário “As Mulheres em Março”, em celebração ao Dia Internacional da Mulher. 

O evento tratou do tema “As Mulheres no Sistema de Justiça” e contou com a participação da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), da subprocuradora-geral da República Raquel Dodge e da juíza federal Laís Leite (1ª Região). A palestra foi transmitida ao vivo pela plataforma Microsoft Teams e está disponível no canal da EMAG no YouTube.

Raquel Dodge abriu o evento com o tema “Escolha desafiar”. Ela lembrou as estratégias das mulheres precursoras que primeiro buscaram o direito ao voto para, posteriormente, conquistar outros direitos. Quase um século depois, a desigualdade continua imensa.  

Para a subprocuradora, a igualdade precisa incluir a ocupação de espaços de decisão para influir na elaboração de políticas públicas. “As mulheres são minoria no parlamento, nos cargos de gestão e direção. A superação da desigualdade deve estar presente nas mesas de decisão”, declarou.  

Ela destacou os efeitos da pandemia às mulheres: muitas sofreram demissões, outras deixaram o emprego para cuidar da família, os casos de violência doméstica aumentaram. A subprocuradora ressaltou ainda o papel das médicas, enfermeiras, recepcionistas, faxineiras e diversas mulheres que atuam na linha de frente de combate à Covid-19, com aumento do risco real e da pressão psicológica. 

Invisibilidade feminina 

A ministra Cármen Lúcia baseou sua palestra em três pontos: a situação da mulher historicamente, a igualdade perante à lei e o Sistema de Justiça. Ela citou o poema “Mulher no Espelho”, de Cecília Meireles, e afirmou que, até hoje, “a mulher não pode ser o que ela quiser”. 

A ministra disse que a situação de desigualdade também está presente nos altos postos como o da magistratura. Para ela, quando uma magistrada é promovida e precisa assumir uma comarca distante, primeiro consulta o marido e verifica a situação escolar dos filhos. “O homem apenas compra o vinho para comemorar”, afirmou. 

Um dos temas abordados pela ministra foi o programa Sinal Vermelho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O projeto encoraja vítimas de violência doméstica a buscar ajuda em farmácias apenas mostrando a palma da mão com um “x” em vermelho: “A mulher ainda não tem voz. Ela precisa que outro intervenha”, afirmou. 

Segundo ela, os direitos estão postos e precisam ser efetivados. “Não é possível que, de forma escamoteada, furtiva, mantenhamos a desigualdade”, pontuou.

A parte cultural do evento ficou por conta da juíza federal Laís Leite. A magistrada, que é cantora e compositora, interpretou três músicas: “A Velha Roupa Colorida”, de Belchior, conhecida na voz de Elis Regina; “Maria Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant; e “o bêbado e o equilibrista”, de Aldir Blanc e João Bosco. 

Mulheres na 3ª Região 

A diretora da EMAG e presidente da Comissão de Equidade de Gênero do TRF3, desembargadora federal Therezinha Cazerta, afirmou que “a participação das mulheres na magistratura é ainda pequena e não corresponde a porcentagem da população brasileira, mas é preciso reconhecer os avanços”. 

A magistrada lembrou que, na época do seu concurso para a magistratura, as mulheres ainda não eram aprovadas nos processos seletivos. Relatou que muitos diziam para desistir. Ela ingressou na Justiça Federal em 1988 e presidiu o TRF3 no biênio 2018-2020. 

A desembargadora federal elogiou a organização do evento, que também contou com o apoio da ONG Think Olga, da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul (AJUFESP) e da Comissão Ajufe Mulheres. 

Para participar das próximas palestras, é necessário efetuar inscrição pelo site www.trf3.jus.br/semag/

Confira a programação 

15 de março, das 10h30 às 12h 

Economia do cuidado e saúde da mulher 

Presidente da mesa

BRUNA BENEVIDES

Militar da Marinha do Brasil e pesquisadora de gênero e diversidade

Palestrante 

AMANDA KAMANCHEK

Gerente de Inovação na Think Olga

Debatedoras

CLARA MOTA

Juíza federal na 1ª Região e Secretária-Geral da Ajufe

FÁTIMA DUARTE

Médica ginecologista

22 de março, das 17h às 18h30 

Julgamento sob a Perspectiva de Gênero

Presidente da mesa

CLÁUDIA LUNA

Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-SP

Palestrante

TANI WUSTER 

Juíza federal na 4ª Região e coordenadora da Comissão AJUFE Mulheres

Debatedores

ROGER RAUPP

Desembargador federal do TRF4

ELA WIECKO

Subprocuradora-geral da República

 

29 de março, das 10h30 às 12h

Intersecção Racial

Presidente da mesa

DALDICE SANTANA

Desembargadora federal do TRF3

Palestrantes

ISADORA BRANDÃO 

Defensora pública, coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa da Diversidade e da Igualdade Racial da Defensoria Pública do Estado de São Paulo 

FLÁVIA OLIVEIRA

Jornalista, comentarista da GloboNews 

Debatedora

RENATA GIL

Juíza titular do TJRJ, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) 

Assessoria de Comunicação Social do TRF3 

www.twitter.com/trf3_oficial 

www.instagram.com/trf3_oficial  

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Assessoria de Comunicação Social do TRF3

Email: acom@trf3.jus.br



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