Procuradora federal Manuellita Hermes tratou sobre desafios da mulher negra no mundo jurídico
A Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região (Emag) promoveu, no dia 13 de março, a primeira etapa das “Rodas de Conversa - Quintas das Mulheres”, dentro da programação especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
A diretora da Emag, desembargadora federal Marisa Santos, fez a abertura do bate-papo que reuniu 30 pessoas na sala multiuso da escola e outras 50 online. A magistrada saudou a procuradora federal Manuellita Hermes, da Advocacia Geral da União (AGU), que abordou o tema “Os desafios da mulher negra no mundo jurídico masculino”.
“O evento ‘Rodas de Conversa - Quintas das Mulheres’ discute a situação das mulheres, focando nos desafios e problemas enfrentados. Aborda a violência, a falta de respeito e a discriminação sofridas em diferentes classes sociais e a necessidade de união e discussão para enfrentar a desigualdade de gênero”, disse a diretora da Emag.
Roda de conversa sobre desafios da mulher negra no mundo jurídico (Fotos: Acom/TRF3)
A procuradora federal Manuellita Hermes fez um relato da própria carreira para discorrer sobre a presença feminina no universo jurídico. Mulher negra, ela é formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com doutorado pela Universidade de Roma Tor Vergata e pela Universidade de Brasília (UnB), da qual é professora voluntária. Atuou como assessora da ex-ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF).
Manuellita Hermes destacou a importância da família na sua formação. Os pais e avós sempre a incentivaram a estudar. Ela destacou a conexão entre a experiência pessoal e a consciência feminista.
“Hoje, eu vejo como o direito é uma ferramenta muito associada à justiça, às causas nobres, como ver a sociedade e contribuir para o melhor caminho possível. É necessário conectar a realidade atual com o passado, mostrando como a história influencia os desafios de hoje”.
Manuellita Hermes fez um relato histórico do papel das mulheres negras
A conversa abordou o contexto histórico de personagens femininos e masculinos negros, desde a escravidão até os dias de hoje. Ela mencionou como exemplos: Esperança Garcia, mulher escravizada no Piauí, considerada a primeira advogada negra do Brasil no século XVIII; e o baiano Luiz Gama que foi vendido como escravo aos 10 anos pelo padrasto e se tornou advogado e abolicionista na São Paulo do século XIX.
A procuradora ainda citou o papel de mulheres na liderança acadêmica e no Legislativo como Joana Guimarães, primeira reitora negra em uma universidade federal, que está à frente da Universidade Federal do Sul da Bahia; e a ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumiu a presidência Superior Tribunal Militar.
Por fim, Manuellita Hermes relatou sobre a realidade negra diante à Constituição de 1988, ações no STF que tratam sobre a violência contra mulheres e crianças em comunidades, o legado da escravidão, Lei das Cotas e a busca constante pela igualdade.
“A solidariedade é fundamental para a transformação social. A consciência sobre o passado e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres alimentam a esperança de sucesso, mesmo em contextos de opressão. Enfim, precisamos ter liberdade para superar a solidão, angariar solidariedade e chegar ao sucesso”, concluiu.
Participantes do “Rodas de Conversa - Quintas das Mulheres” na Emag
Também estiverem presente na roda de conversa as desembargadoras federais Ana Iucker, Audrey Gasparini, Gabriela Araújo, Giselle França e Renata Lotufo, além de magistradas, acadêmicas e servidores.
As Rodas de Conversa/Quintas Das Mulheres têm a coordenação e direção?da desembargadora federal Marisa Santos e coordenação da desembargadora federal Renata Lotufo. Informações sobre a programação e a inscrição das próximas etapas podem ser acessadas pela página da Emag no site do TRF3.
Assessoria de Comunicação Social do TRF3
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