Lançado em 19 de novembro, o portal Valongo: Justiça pela Memória do Cais repercutiu amplamente: são mais de 3,5 mil interações, com acessos vindos de oito países — Reino Unido, Estados Unidos, Itália, Argentina, Canadá, Alemanha, Japão e México, além do Brasil. Os números dimensionam a importância histórica do Cais do Valongo, maior porto de chegada de africanas(os) escravizadas(os) das Américas, confirmando o interesse crescente pela memória da escravização e fortalecendo a difusão da importância da atuação da Justiça Federal na preservação do patrimônio histórico nacional.
O ambiente digital reúne produções multimídia, obras artísticas, documentos históricos e conteúdos educativos que aprofundam o entendimento sobre a relevância social, jurídica e cultural do Cais do Valongo. A iniciativa integra o projeto de comunicação idealizado pelo Conselho da Justiça Federal, reafirmando o compromisso institucional com a prestação de serviço de interesse público.
A plataforma, desenvolvida pela Assessoria de Comunicação Social do CJF, convida o público a revisitar a história, reconhecer as marcas da escravização e compreender o compromisso da Justiça Federal com a garantia de direitos, o resgate e a preservação da memória, bem como a reparação. O Valongo é prova material de “900 mil vidas arrancadas de sua terra. 20 anos de desembarques forçados. 100 anos de silêncio imposto.” Um passado triste e sombrio, que impulsiona a busca por conhecimento, dignidade e reparação.
A História do cais
A linha do tempo do portal conduz o público por uma jornada que atravessa séculos, desde a construção do cais, em 1811, até o reconhecimento como Patrimônio Mundial pela UNESCO, em 2017. Trata-se de uma narrativa visual que ilumina séculos de apagamento e convida a refletir sobre responsabilidades contemporâneas na preservação dessa memória.
Vestígios de resistência
Entre 2011 e 2012, escavações arqueológicas revelaram milhares de objetos ocultos no sítio arqueológico: amuletos, búzios, anéis, moedas, cachimbos e artefatos pessoais que testemunham resistência e estratégias de sobrevivência.
No portal, esses objetos formam um acervo que resgata práticas culturais e religiosas africanas mantidas, mesmo diante da violência da escravização. É uma coleção que transforma vestígios materiais em pontes de memória.
Livro e aquarelas
O livro Valongo: Justiça pela Memória do Cais é resultado de uma ampla pesquisa documental, histórica e acadêmica. A obra reconstitui, de maneira didática e sensível, a trajetória do Cais do Valongo e está disponível para download no portal.
As aquarelas digitais, assinadas pela servidora Maria Clara Teixeira de Assis (ASCOM/CJF), dialogam com o texto e expandem a experiência de leitura, oferecendo uma interpretação artística que traduz, em cor e forma, a força da memória e o dever de reparação pela Justiça Federal.
Podcast
O portal também disponibiliza o podcast do projeto, hospedado no próprio site e no Spotify. Em três episódios, especialistas tratam de escravidão, justiça racial, memória e do papel da Justiça Federal no processo de reparação histórica. O podcast integra o conjunto de materiais do portal e funciona como mais uma porta de entrada para compreender a complexidade e a importância do Valongo.
Projeto Valongo: Justiça pela Memória do Cais
Inspirado em decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro, o projeto reafirma o compromisso institucional com a equidade racial e com a preservação do sítio arqueológico do Cais do Valongo, Patrimônio Mundial da Humanidade e símbolo material da violência do tráfico transatlântico de pessoas escravizadas.
Além dos conteúdos digitais, a iniciativa inclui a exposição “Valongo: Justiça pela Memória do Cais”, aberta ao público até 19 de dezembro na Galeria Cela do CCJF, com entrada gratuita. A mostra reúne projeções, imagens ampliadas e experiências imersivas que aproximam o visitante dessa história.
Além disso, por meio do site também é possível assistir à aula magna realizada pelo Centro de Estudos Judiciários (CEJ/CJF), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) e o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), com apoio da Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE) no lançamento do projeto.
Acesse o portal Valongo: Justiça pela Memória do Cais.
Conselho da Justiça Federal
Esta notícia foi visualizada 14 vezes.
Assessoria de Comunicação Social do TRF3
Email: acom@trf3.jus.br