“Pop Rua Jud” e “2ª Semana Nacional do Registro Civil - Registre-se!” atendem mais de 4 mil pessoas em três dias

16 / maio / 2024

Força-tarefa ocorre até amanhã, 17/5, na Praça da Sé, região central de São Paulo

O mutirão “Pop Rua Jud” e a “2ª Semana Nacional do Registro Civil - Registre-se!”, organizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) e Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), na Praça da Sé, centro de São Paulo/SP, atenderam cerca de 4 mil pessoas entre os dias 13 e 15 de maio. O evento termina amanhã, 17.

Mais de 4 mil pessoas foram atendidas em três dias (Fotos: Acom/TRF3)

A ação tem a finalidade de garantir à população em situação de rua acesso a serviços públicos, assistência social, saúde e Justiça, por meio da atuação conjunta de instituições públicas e organizações da sociedade civil.

Para o conselheiro do CNJ e coordenador da política nacional do Pop Rua Jud, procurador regional da República, Pablo Barreto, o evento “resgata a dignidade das pessoas e fortalece a rede interinstitucional, promovendo direitos assegurados pela constituição para a população em situação de rua”.

Conselheiro do CNJ Pablo Barreto

A juíza federal, Raecler Baldresca, que atua no Pop Rua Jud desde as primeiras edições, relatou as expectativas em torno do projeto. "Quando o tribunal iniciou a ação, no final de 2021, logo após a pandemia, havia um grande contingente de pessoas em situação de rua. Desde então, o projeto cresceu, com mais serviços e estrutura. Tínhamos a esperança de que a quantidade de pessoas nessa situação diminuísse com o tempo, mas isso não ocorreu e a demanda do mutirão aumentou.”

Juíza federal Raecler Baldresca

Banda Trio Los Angeles se apresentou no dia 14 de maio

A juíza federal, Luciana Ortiz, ressaltou que a ação foi preparada e coordenada com cuidado, beneficiando-se da experiência do TRF3. “Nesta edição, com o projeto ‘Registre-se’, somamos esforços, em uma atuação conjunta e colaborativa de instituições e órgãos públicos para o resgate da cidadania.”

Juíza federal Luciana Ortiz

Casos atendidos

Donisete Alvarenga de Melo, pai de quatro filhos, buscou emitir o registro geral (RG), certidão de nascimento e auxílio-aluguel. "Aqui encontrei serviços que sempre tive dificuldade de conseguir. Foi uma oportunidade para buscar não só minha identidade no papel, mas a psicológica também. Esse evento pode me dar forças para sair da situação difícil que estou passando hoje. Aqui, nos sentimos valorizados, por isso estou grato."

André Luiz Branco e Donizete Alvarenga

José Pereira da Silva, 72, conseguiu um acordo para reativar a aposentadoria que estava suspensa. Além disso, irá receber valores atrasados. “Já trabalhei como operador de máquina, motorista, guarda. Estou na rua há um ano e sete meses, sem receber a aposentadoria do INSS. Vim buscar uma ajuda e estou maravilhado com o tratamento que recebi.”

José Pereira da Silva, 72

Taís Ferreira, 28 anos, vive atualmente em um centro de acolhimento. Ela foi ao mutirão em busca do bolsa família e de documentos. “Preciso atualizar o cadastro e fazer a mudança de escola do meu filho, para ele voltar a receber o leite. Esse evento é muito bom para quem não consegue agendamento e está em situação de rua.”

Taís Ferreira, 28

Raíssa Katléa, 31 anos, é uma mulher trans e tirou o título de eleitor, reservista, RG e passou pela Receita Federal. “No momento, me encontro em situação de rua. Era cozinheira e confeiteira, só que desisti e pretendo ser advogada. Quero concluir o colegial e entrar para a faculdade. Nunca participei de mutirões como esse, porque minha realidade era diferente do que é hoje.”

Raíssa Katléa, 31, aproveitou para fazer um corte de cabelo