Tribunal discute “Limites da Investigação Jornalística nas Campanhas Eleitorais” em Congresso de Direito Eleitoral

Para Frederico Vasconcelos, ao acompanhar as campanhas eleitorais, a imprensa enfrenta as mesmas limitações que enfrentam os fiscais dos Tribunais de Contas e os juízes dos Tribunais Eleitorais.
O conferencista admite que é muito difícil fiscalizar as doações que compõem uma campanha eleitoral, e mesmo a prestação de contas após as eleições permanecem por longo tempo em aberto, ou parecem cumprir meras formalidades legais, sem dar-se a conhecer em sua íntegra.
Assim, esclarece Frederico, a contribuição às campanhas pode ser direta, isto é, em dinheiro, ou indireta, através, por exemplo, do empréstimo de carros aos candidatos pelas montadoras. As concessionárias dessas montadoras - conta o palestrante - oferecem carros novos ou semi-novos aos candidatos e recebem outros, novos, das montadoras, em condições especiais de faturamento.
Na opinião do conferencista, é a ausência de mecanismos oficiais eficientes para fiscalizar e inibir os crimes eleitorais que acaba levando a sociedade a buscar na mídia respostas que não encontra nas instituições oficiais. No entanto, “essas iniciativas da imprensa, no legítimo interesse público, ao revelar movimentações suspeitas e as trocas de favores entre candidatos e contribuintes, sempre geram a antipatia dos atingidos e a crítica dos seus correligionários”, arremata Frederico.
O conferencista finalizou sua palestra sintetizando o papel da imprensa dentro dos processos eleitorais e ao mesmo tempo fazendo um mea-culpa. “Entendo, disse Frederico Vasconcelos – que a imprensa, apesar dos seus desacertos, e nós erramos muito, tem exercido um papel relevante diante das limitações dos mecanismos institucionais para exigir dos candidatos e dos eleitos a indispensável prestação de contas. Especificamente, com relação às distorções das campanhas eleitorais, acredito que a sociedade tem procurado na “midia” respostas que não são dadas satisfatoriamente pelos órgãos de fiscalização e pelas instituições.”

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