Obra enfoca o papel da empresa como disseminadora do pensamento ético
O desembargador federal Newton De Lucca, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, lançou ontem, 26/8, em noite de autógrafos na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo - USP, o livro Da ética geral à ética empresarial, pela editora Quartier Latin.
O evento contou com a participação de diversos desembargadores e juízes federais. Foram registradas as presenças do ministro Jorge Scartezzini, aposentado pelo STJ; desembargador federal aposentado e diretor da Faculdade de Direito da USP, João Grandino Rodas; dos desembargadores federais Carlos Muta, Mairan Maia, Marisa Santos, Vera Jucovsky; dos juízes federais Vanessa Vieira de Mello, Marcio Cristiano Ebert, Marcio Augusto Melo Matos, Leonel Ferreira, dentre outros.
O desembargador federal Newton De Lucca é diretor da Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região, mestre, doutor, livre-docente e adjunto da Faculdade de Direito da USP, responsável por cursos na graduação e pós-graduação. Com a obra lançada, conquistou a cadeira de professor titular de Direito Comercial naquela universidade, até então ocupada pelo jurista Fábio Konder Comparato, também presente no lançamento.
O livro tenta resgatar o pensamento clássico, desde Sócrates, passando por todos os autores da Idade Média, da ética cristã até a chamada pós-modernidade, num esforço de reconstrução do pensamento ético na sociedade contemporânea.
O tema da ética foi escolhido, nas palavras do autor, porque “na verdade, hoje nós temos uma situação em que se fala muito em ética, mas se pratica pouco a ética. Nós precisamos tentar sair de uma ética de normas para tentar atingir uma ética de valores. Eu acho que essa é a grande diretriz do pensamento filosófico contemporâneo”.
Para o autor, a empresa desempenha hoje importante papel na aplicação da ética no mundo: “Se nós fizermos uma análise histórica, vamos verificar que vários valores da sociedade contemporânea vieram exatamente da empresa. A igreja não os conhecia, o estado não os conhecia, as entidades de classe não os conheciam. Tome-se como exemplo a economicidade de meios, a relação custo/benefício. Esses valores vieram do mundo empresarial e migraram para outros setores da sociedade.”
O professor assinala que o combate mundial à corrupção não foi iniciativa estatal, mas das empresas, que pressionaram os estados para que firmassem tratados internacionais sobre o assunto. “Por que não podemos acreditar que é a partir de uma ética empresarial que nós podemos tentar mudar a face do mundo? Se a empresa, que é a principal instituição da sociedade contemporânea, for efetivamente ética, nós estaremos irradiando para os demais setores da sociedade o pensamento ético.”
De Lucca chama a atenção para a necessidade de a humanidade redescobrir o caminho da ética: “Alguém já disse que o século XXI haveria de ser ou o século da ética ou o último da história da humanidade. Eu tenho a esperança de que nós possamos, na encruzilhada de dois caminhos, um caminho que significa o poderio bélico, a dominação tecnológica e, de outro lado, a dignidade da pessoa humana, lutarmos por essa segunda vertente histórica, que é a dignidade transcendente da pessoa humana.”
O desembargador é autor dos trabalhos Comentários à Nova Lei de Recuperação de empresas e de Falências; Direito do Consumidor-Teoria Geral da Relação Jurídica de Consumo; Direito & Internet e Direito Recuperacional.
Fotos: Ana Carolina Minorello 1- Desembargador federal Newton De Lucca autografa livro para desembargadora federal Marisa Santos; 2-Desembargador federal Mairan Maia com desembargador federal Newton De Lucca; 3-Desembargador federal Newton De Lucca cumprimenta jurista Fábio Konder Comparato, de quem herdou a cadeira de Direito Comercial 4- Novos juízes federais prestigiam o lançamento do livro do desembargador federal Newton De Lucca
Andréa Moraes
Assessoria de Comunicação
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