Evento ocorreu nos dias 8 e 9 de agosto, na Fiesp
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Advocacia-Geral da União (AGU) promoveram, nos dias 8 e 9 de agosto, o Seminário “Institucionalização da Justiça Conciliativa pelo Poder Público”, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento teve como objetivo debater a priorização das soluções consensuais dos conflitos que envolvem a Administração Pública, promovendo o diálogo interinstitucional entre o CNJ, o Judiciário, a AGU e a advocacia privada.
A Presidente do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), Desembargadora Federal Therezinha Cazerta, compôs a mesa de honra da abertura do seminário, juntamente com a Ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e Vice-Presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem Ciesp/Fiesp, Ministra Ellen Gracie Northfleet; o Conselheiro do CNJ, Henrique Ávila; a Desembargadora Federal do TRF3, Consuelo Yoshida; o Coordenador do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos do Tribunal de Justiça de São Paulo (Nupemec), Desembargador José Carlos Ferreira Alves, representando o Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças; o Diretor do Departamento Jurídico da Fiesp, Hélcio Honda; a Diretora da Escola da AGU na 3.ª Região, Procuradora da Fazenda Nacional Rita Dias Nolasco; o Presidente da Comissão de Mediação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Arnoldo Wald Filho; e o Presidente da OAB-SP, Caio Augusto Silva dos Santos.
A Ministra Ellen Gracie Northfleet abriu o evento, em nome da Presidência da Fiesp, agradecendo a todas as autoridades presentes e manifestou seu apreço pelos métodos alternativos de resolução de litígios. “As soluções encontradas pelas partes são sempre as mais duradouras e as que realmente pacificam a sociedade”, afirmou.
Arnoldo Wald Filho destacou que o século XXI é o da conciliação, da mediação e da arbitragem, métodos que oferecem soluções rápidas, eficientes e menos onerosas para a resolução de conflitos. Porém, enfatizou que é necessária a presença do advogado na mediação com remuneração adequada.
A Desembargadora Federal Consuelo Yoshida ressaltou a necessidade de uma mudança cultural para a conciliação e o incentivo que o CNJ tem dado aos métodos alternativos. Ela disse que a solução consensual busca o convencimento, pelo qual é possível chegar-se a uma decisão conciliatória aceita por todos e citou casos bem sucedidos colhidos de sua experiência pessoal. “Eu sempre fui favorável e trabalho com conciliação. Realizo audiências públicas para que as partes entrem em consenso e não recorram”.
O Presidente da OAB-SP, Caio Augusto Silva dos Santos, frisou que a solução dos conflitos não é só formal e judicializada. “Estamos empenhados em diminuir o tempo que o cidadão espera para solucionar seus conflitos, para juntos traçarmos melhores caminhos.” Ele afirmou, ainda, a necessidade do reconhecimento da indispensabilidade da advocacia. “Precisamos do advogado para auxiliar as partes em todas as resoluções. A maior autoridade é o cidadão”, disse.
A Desembargadora Therezinha Cazerta cumprimentou a plateia, a Ministra Ellen Gracie, pelo seu relevante trabalho no STF, e os organizadores do evento: CNJ, Escola da AGU e Fiesp, nas pessoas do Conselheiro Henrique Ávila, da Procuradora Rita Dias Nolasco e do Diretor Hélcio Honda, respectivamente. Parabenizou também Hélcio Honda, pela Fiesp, “que patrocina esses eventos e apoia o crescimento do TRF3”.
Para a Presidente do TRF3: “O tema é da mais alta relevância. As soluções pela conciliação são as que mais se perenizam, o que não ocorre quando a resposta é dada pelo Poder Judiciário, já que uma das partes sairá insatisfeita”.
A Magistrada enfatizou o pioneirismo do TRF3 na conciliação que teve início há décadas, por iniciativa da Conselheira do CNJ, Desembargadora Federal Daldice Santana, à época Juíza Federal em Santos. Destacou a atuação do Desembargador Federal Paulo Fontes à frente do Gabinete de Conciliação do TRF3, em que realiza “trabalho muito efetivo e com dedicação e afinco”. Citou, ainda, o empenho do Juiz Federal Bruno Takahashi.
“Com este evento teremos bases para evoluir nessa área”, concluiu a Presidente.
O Conselheiro do CNJ, Henrique Ávila, transmitiu sua satisfação pela organização conjunta do evento. “A mediação e a conciliação são soluções para a crise do Poder Judiciário e do acesso à Justiça no Brasil”. Agradeceu à Presidente do TRF3, “maior TRF em número de causas e de juízes e cuja intenção de conciliar manifestada pela maior autoridade do TRF é muito alvissareira para nós e legitima nossos trabalhos”, afirmou.
Segundo o Conselheiro, dados do “Justiça em Números”, referentes a 2017, indicam 80 milhões de causas submetidas ao Poder Judiciário. “Temos uma cultura adversarial no Brasil e orçamento limitado nos tribunais. Queremos dar um tratamento adequado aos conflitos e esvaziar um pouco os tribunais”, completou.
O evento prosseguiu com a conferência de abertura ministrada pelo Presidente do Conselho Superior da Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem Ciesp/Fiesp, professor Kazuo Watanabe, sobre o tema: “A importância da política pública institucional de estímulo aos meios consensuais de solução dos conflitos e a Resolução 125/2010 do CNJ”.
Programação do Evento
O evento contou com três painéis, no dia 8 de agosto: “Experiências consensuais nos tribunais”; “Métodos adequados de resolução de conflitos tributários” e “Resolução consensual dos conflitos na administração pública e o controle externo”.
No dia 9 de agosto, a programação prosseguiu com os painéis: “Justiça conciliativa”; “Política nacional de tratamento adequado dos conflitos no âmbito do Poder Judiciário” e “Política institucional de consenso no âmbito da Administração Pública Federal”.
Fotos: ACOM/TRF3 |
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Da esq. para a dir.: Desembargador do TJ/SP, José Carlos Ferreira Alves; Ministra Ellen Gracie e a Presidente do TRF3, Desembargadora Federal Therezinha Cazerta |
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Mesa de honra do Seminário “Institucionalização da Justiça Conciliativa pelo Poder Público” |
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Auditório da Fiesp |
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Mesa de honra presidida pela Ministra Ellen Gracie, Ex-Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e Vice-Presidente da Câmara de Mediação e Arbitragem Ciesp/Fiesp |
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A Presidente do TRF3 destacou que o seminário construirá boas para evoluir na área da conciliação pelo Poder Público |
Assessoria de Comunicação Social do TRF3

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