Evento discutiu os impactos do preconceito contra pessoas idosas e apresentou estratégias para servidores que iniciam uma nova fase da vida
A Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região (Emag) promoveu, no dia 27 de novembro, a roda de conversa “Longevidade - Novos Tempos”, com a atriz, mestra em artes cênicas e especialista em pedagogias do corpo e da saúde Fernanda Carvalho Leite.
O evento, coordenado pela diretora da Emag, desembargadora federal Marisa Santos, contou com a participação dos desembargadores federais aposentados Antonio Cedenho e Cecília Mello.
Desembargadores federais Antonio Cedenho, Cecília Mello, Marisa Santos e a palestrante Fernanda Leite (Fotos: Acom/TRF3)
“O objetivo do encontro é proporcionar uma conversa descontraída sobre uma questão tão importante que é cuidar de nós mesmos. O avanço do tempo é inexorável e temos que saber conviver com esse momento em nossas vidas”, disse Marisa Santos.
Fernanda Carvalho Leite iniciou a exposição abordando o termo “velhofobia”, popularizado pela antropóloga Mirian Goldenberg. A expressão descreve a discriminação contra pessoas idosas, que se manifesta na cultura do descarte e impacta diretamente a autoestima de quem envelhece. Durante a palestra, a especialista destacou que esse preconceito não apenas limita oportunidades, mas também compromete a saúde emocional.
A apresentação trouxe uma reflexão sobre o paradoxo de “ser jovem enquanto velho e ser velho enquanto jovem”, ressaltando que todos carregam dimensões distintas: uma parte aventureira e cheia de energia, e outra mais tradicional e conservadora. “Reconhecer e equilibrar essas forças internas é essencial para uma vida plena”, afirmou a palestrante.
Especialista em pedagogias do corpo e da saúde Fernanda Carvalho Leite
Outro ponto abordado foi a teoria do Flow, desenvolvida pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, relativa ao estado de concentração e presença alcançado ao realizar atividades desafiadoras que despertam habilidades pessoais. “Não se trata apenas de felicidade, mas de inteireza e propósito”, explicou.
A metodologia FERA — Fluxo, Empatia, Respiração e Autenticidade — também foi apresentada como ferramenta prática para promover bem-estar. A abordagem integra conceitos da comunicação não violenta e técnicas de autoconhecimento, incluindo exercícios de respiração para regular o sistema nervoso e reduzir os efeitos da ansiedade, considerada uma epidemia global.
Roda de conversa foi realizada na sala multiuso da Emag
Voltada especialmente para servidores em fase de transição para a aposentadoria, a palestra reforçou a importância de resgatar atividades que tragam significado e prazer. “É um convite para olhar para si, retomar sonhos e construir uma rotina que proporcione plenitude”, concluiu a palestrante.
Além das reflexões, foram indicadas referências bibliográficas e processos de acompanhamento individual ou em grupo para quem deseja aprofundar-se no tema.
Opiniões
A desembargadora federal aposentada Cecília Mello ressaltou as diferentes maneiras de agir que as pessoas têm quando percebem mudanças com o passar dos anos.
“Precisamos ter o controle dos sentimentos, das razões e da forma como respiramos. É preciso entender a maneira como vivemos e como aproveitamos os momentos. Essas questões não estão dissociadas”, disse a magistrada.
Cecília Mello frisou que o desejo, o desafio, a vontade e o preparo físico na respiração são componentes do bem-viver. “Vejo a vida como vários ciclos e cada um deles é diferente do anterior. Precisamos nos acostumar com nossas limitações”.
O desembargador federal aposentado Antonio Cedenho ressaltou o aumento da população idosa e as mudanças que devem ocorrer na sociedade.
“Nós seremos a maioria daqui a alguns anos. De certa forma, isso vai mudar muita coisa em relação às pessoas idosas, por exemplo, o tratamento dado pelos meios de comunicação e pela publicidade. Vamos continuar ativos e disputar postos de trabalho.”
Para o magistrado, um choque de gerações está em andamento. “Não existe mais a função social que o avô ou a avó representava, de ficar sentado na cadeira de balanço ou fazendo meias de tricô. A sociedade terá que mudar o entendimento em relação aos mais velhos.”
Desembargadores federais Jean Marcos, Cecília Mello, Antonio Cedenho; palestrante Fernanda; desembargadores federais Marisa Santos e Marcos Moreira
Assessoria de Comunicação Social do TRF3
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