Mutirão coordenado pela Justiça Federal oferta de mais de 30 serviços a pessoas em situação de vulnerabilidade social
Esperança, respeito e felicidade foram sentimentos expressados por pessoas em situação de vulnerabilidade social atendidas por 30 órgãos públicos e organizações não governamentais, no dia 24 de abril, no “Pop Rua Jud São Bernardo do Campo”. Na ação de cidadania, estiveram presentes 60 indígenas, além de pessoas em situação de rua. Os atendimentos terminam nesta sexta-feira (25).
O mutirão é coordenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) e pela 14ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo, com apoio da Prefeitura de São Bernardo do Campo. O público recebe serviços de assistência social, saúde, cidadania e acesso à justiça, em estrutura de atendimento montada na Avenida Redenção, 271, centro.
Indígenas aguardam atendimento no mutirão (Fotos: Acom/TRF3)
Uma das coordenadoras do Pop Rua Jud São Bernardo do Campo, a juíza federal Lesley Gasparini fez um balanço positivo da ação.
“Esse é o 18º Pop Rua do TRF3, mas se trata de uma iniciativa inédita para a população local. A ação envolve instituições parceiras e treinamento adequado para atendimento eficaz”, disse.
A magistrada destacou a presença no mutirão de 60 indígenas guaranis, entre adultos e crianças, de três comunidades. Eles vivem no distrito de Riacho Grande, no município do ABCD paulista.
“O atendimento também é voltado aos indígenas, devido à vulnerabilidade em que se encontram. Eles necessitam desses serviços em São Bernardo, pois têm dificuldades de acesso a documentos e benefícios previdenciários”, explicou.
Juíza federal Lesley Gasparini, uma das organizadoras do Pop Rua
Indígenas
Os guaranis são povos originários tradicionais e circulam entre as aldeias por trilhas na mata, onde coletam material para artesanato. Os caminhos são complexos e vão até as aldeias do Litoral Sul paulista.
Valdir Pires de Lima, líder da aldeia Tape Porã, que significa “caminho bonito”, reside há mais de 25 anos no Riacho Grande. A comunidade é composta por 15 famílias que mantêm a tradição da língua e os costumes guaranis. Ele aproveitou o mutirão para os serviços de emissão do RG para os filhos, refeições e corte de cabelos.
“A vida na comunidade é marcada por superação e alegria. Há espaço livre e amplo para crianças brincarem, assim como para a produção de artesanato e venda na cidade. Aqui no mutirão, aproveitamos para fazer as documentações das crianças”, ressaltou.
Valdir Pires de Lima, líder da aldeia Tape Porã
Yudson Martin da Silva mora com a esposa há quatro anos na comunidade Tape Porã. Ainda pequeno, perdeu a mãe e o irmão. Ele procurou o Pop Rua para se inscrever no Cadastro Único, regularizar o RG e o CPF.
“Gosto de pescar, brincar com as crianças e fazer artesanato. Vivo do artesanato, como arco e flecha e chocalho. O projeto (Pop Rua Jud) é legal e proporcionou o acesso à documentação”, elogiou.
Atendimentos
A reunião dos órgãos no mesmo espaço possibilitou a concessão judicial de benefícios assistenciais, emissão de documentos, atualização de Cadastro Único (CadÚnico) e serviços de saúde, bancários, entre outros.
O diretor da Subseção Judiciária de São Bernardo do Campo, juiz federal Carlos Alberto Loverra, explicou que o atendimento ao público inclui a concessão de benefícios assistenciais, com a avaliação social, perícia judicial, encaminhamento à Defensoria Pública da União (DPU), ação no Juizado Especial Federal e proposta de acordo para implantação.
“O foco é atrair indivíduos que desconhecem seus direitos e solucionar problemas de forma imediata”, afirmou.
Juiz federal Carlos Alberto Loverra
Foi o caso de Severino Santos Filho que sofreu um acidente há seis anos e necessita de muletas para se locomover. Com a lesão, perdeu o emprego de soldador e foi viver nas ruas. Ele foi ao Pop Rua e para solicitar o benefício assistencial à pessoa com deficiência. Na sexta-feira, dia 25, a Justiça Federal homologou acordo com o INSS.
“Tenho o Bolsa Família, mas vim para fazer perícia e obter o benefício LOAS (Benefício de Prestação Continuada). Fui bem atendido”, agradeceu.
Severino Santos Filho fez perícia para a concessão benefício assistencial
O aposentado Odair Teodoro, 74 anos, vive em um albergue e foi ao Pop Rua Jud em busca de auxílio para problema habitacional e por causa de endividamentos bancários. Ainda passou pelos serviços de documentação, corte de cabelo, saúde, refeição e doação de roupas.
“Procurei a DPU para contestar um empréstimo bancário que reduziu a minha aposentadoria de R$ 1,5 mil para R$ 300. Vim ao mutirão negociar os valores com o banco e superar dificuldades pessoais. Tenho muita gratidão pelo atendimento recebido”, relatou.
O aposentado Odair Teodoro foi em busca de resolver pendências bancárias
Na área de saúde e assistência social, as pessoas contaram com testagem rápida de doenças; vacinação; orientação sobre diabetes, tuberculose, uso de álcool e drogas; saúde bucal; corte de cabelo; refeição; varal solidário; entre outros.
O dentista municipal Gabriel Campos Cristófoli participou como voluntário e elogiou a inciativa. As demandas mais comuns no atendimento da saúde bucal foram extração de dentes, próteses e avaliação de possíveis casos de câncer de boca. Muitos foram encaminhados para tratamento em unidades básicas de saúde.
“Há dificuldade de acesso a serviços, possivelmente devido à falta de informação ou preconceito. Está sendo muito gratificante trabalhar aqui. Hoje, conseguimos avaliar 30 pessoas”, conclui.
Pessoas em situação de rua passam por triagem
Assessoria de Comunicação Social do TRF3
Siga a Justiça Federal da 3ª Região nas redes sociais:
TRF3: Instagram, Facebook, Twitter e Linkedin
JFSP: Instagram, Facebook e Twitter
JFMS: Instagram e Facebook

Esta notícia foi visualizada 29 vezes.
Assessoria de Comunicação Social do TRF3
Email: acom@trf3.jus.br