Mutirão leva serviços de cidadania e justiça a pessoas em situação de rua e vulnerabilidade até sexta-feira (16/5) 

O terceiro dia do “Pop Rua Jud Sampa 6” intensificou os atendimentos à população em situação de rua e vulnerabilidade com o objetivo de garantir acesso à justiça, emissão de documentos, assistência social e saúde.  

Pessoas em atendimento na triagem no terceiro dia do Pop Rua Jud (Fotos: Acom/TRF3) 

O mutirão ocorre simultaneamente à “3ª Semana Nacional do Registro Civil - Registre-se!” na Praça da Sé, em São Paulo/SP, e segue até sexta-feira (16/5). 

O evento é coordenado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) com a colaboração dos Tribunais Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT2), Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) e de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP). 

Para a desembargadora federal Gabriela Araujo, a primeira experiência em edições do Pop Rua Jud tem sido gratificante, uma vez que é uma forma de exercer a cidadania e de se aproximar das pessoas. 

Desembargadora federal Gabriela Araujo 

A magistrada mencionou que trouxe aproximadamente cem alunos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), da qual é professora, com o intuito de colocá-los em contato com uma realidade diferente, proporcionando a otimização do aprendizado.  

“É uma ação que não só leva cidadania às pessoas mais vulneráveis, mas também melhora todos nós como ser humano”, observou.  

Atendimentos 

Matheus Aquino Teixeira, 30 anos, é um jovem com deficiência auditiva que atualmente reside em um centro temporário de acolhimento. Enquanto aguardava o atendimento em uma fila, ele foi notado pelo voluntário Leandro Carneiro de Souza, que sabe se comunicar em libras, e resolveu ajudá-lo. 

Segundo o voluntário, Matheus veio ao mutirão pegar a certidão de nascimento, tirar o RG e resolver a situação do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). “É necessário que tenha mais intérpretes, porque existem pessoas surdas em situação de rua também. Além disso, eles possuem uma comunicação própria, que é um outro tipo de libras”, ressaltou Leandro de Souza.  

Matheus Aquino e o voluntário Leandro Carneiro 

Jenifer Priscila, 24 anos, que vive em um hotel social, foi ao Pop Rua Jud pela primeira vez. Ela obteve o título de eleitor, o certificado de reservista, o RG, o CPF e esperava ser atendida na Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPESP). “Eu não podia arrumar serviço, porque não tinha documento. Aqui, eu achei bom, porque consegui fazer e saiu no mesmo dia”, destacou. 

Jenifer Priscila 

Valéria Pereira dos Santos, 47 anos, encontra-se em um albergue na rodovia Raposo Tavares e compareceu ao evento para tirar a certidão de nascimento do filho de 10 anos e ser atendida pela DPESP. Ela relatou que a criança está desaparecida, pois o ex-marido, contra o qual possui uma medida protetiva, a levou e não atende mais as ligações. 

“Eu vim procurar ajuda para encontrar o meu filho, porque a guarda é compartilhada e não sei como resolver esse problema”, explicou.  

Valéria Pereira dos Santos 

Analy Lisboa Brígido, 36 anos, contou que há três anos ficou hospedada em um hotel na capital paulista, onde um grupo de estelionatários roubaram os seus dados pessoais e, posteriormente, começaram a contrair dívidas, fazendo com que seu nome fosse registrado no Serasa. “Eu já fiz boletim de ocorrência e agora vim aqui na Defensoria.” 

Ela também mencionou a relevância da ação. “Dá para você ajeitar todos os seus documentos, quem tem problema com a Justiça, dá para regularizar, né? No meu caso, que estou desempregada, já saí com a indicação de uma entrevista para vaga de emprego.” 

Analy Lisboa Brígido  

Beatriz Helena Teixeira de Jesus, 28 anos, estava no mutirão com a filha de um ano. Ela veio em busca da Defensoria Pública, da Caixa Econômica Federal e do serviço de assistência à saúde. Conseguiu fazer uma nova certidão de nascimento e, assim, tirar o RG. “É muito importante para quem não tem recursos e não conta com nenhuma rede de apoio.” 

Beatriz Helena Teixeira de Jesus 

Pablo Lambert Alves, 30 anos, é natural do Rio Grande do Sul e chegou a São Paulo há seis meses na expectativa de uma vida melhor. No momento, vive em uma casa de passagem. Ele foi ao Pop Rua em busca da certidão de nascimento, mas, ao se deparar com outros serviços, também fez o CadÙnico. “A emissão é muito mais rápida e fácil. Isso vai me ajudar a procurar emprego e ter uma conta em banco”, finalizou.  

Pablo Lambert Alves 

Serviço: 

Pop Rua Jud Sampa 6 e Registre-se! 

Local: Praça da Sé, São Paulo/SP 

Data: até 16 de maio 

Horário: das 10 às 15h 

Assessoria de Comunicação Social do TRF3  

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