Magistrada acredita que melhor prestação jurisdicional depende da  disponibilidade interna de cada um em superar os obstáculos que se apresentam

A sessão da Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região desta segunda-feira (26) foi a última da desembargadora  federal Vera Jucovsky, que está se aposentando e exercerá suas funções até a próxima sexta-feira.

A magistrada teve seu trabalho enaltecido pela desembargadora federal Therezinha Cazerta, presidente da Oitava Turma,  pelos juízes federais convocados Raquel Perrini e Ciro Brandani, que compôem o mesmo colegiado, e pela representante do Ministério Público Federal, Isabel Cristina Groba Vieira.

Therezinha Cazerta declarou que Vera Jucovsky exerceu “um trabalho respeitável, admirável e que certamente é reconhecido por toda a Justiça Federal, como assim foi nas outras carreiras de estado por que ela passou, sempre com muita seriedade, com muita responsabilidade, muito comprometida, sendo um exemplo com essa forma de trabalhar: com respeito ao direito que se discute no processo, com absoluta isenção e independência, mas com cuidado e atenção para que se faça a melhor justiça possível”.

Raquel Perrini assinalou a trajetória profissional “irrepreensível” de Vera Jucovsky, de “cujos conhecimentos é uma honra partilhar”. No plano pessoal agradeceu  “a lealdade,  a amizade e o companheirismo que sempre marcaram a desembargadora durante o nosso convívio.”

Ciro Brandani também se disse muito honrado em participar da última sessão da desembargadora Vera Jucovsky afirmando que “ela nos fará muita falta”.

Isabel Groba Vieira assinalou que a magistrada chega ao final da sua carreira  com a sensação do “dever cumprido”, tendo feito seu trabalho com denodo, altivez e comprometimento. “Abrilhantou com certeza o Judiciário Federal, deixou muitas lições a todos e deixa também o seu registro de incentivo aos que chegam para trilharem caminhos semelhantes de atuação. Deixa marcas verdadeiras de realização da justiça.”

Vera Jucovsky ingressou na Justiça Federal em abril de 1991, na vaga aberta pelo juiz federal Fauzi Achoa, como juíza federal substituta. Ela recorda que a Justiça Federal desde então se expandiu, foram criadas mais subseções judiciárias, ocorreu uma especialização maior das Turmas no TRF3 e das varas na primeira instância, houve a criação dos Juizados Especiais Federais e o aumento no número de desembargadores.  “O volume de processos na 3ª Região sempre foi muito grande. A contrapartida disso é a responsabilidade de cada um de nós, magistrados e servidores, para que a Justiça Federal se faça presente na nossa sociedade”. No TRF3, exerce o cargo de desembargadora federal desde maio de 2003. Foi também advogada, procuradora do Estado, procuradora da República e professora universitária.

Pós-graduada em direito ambiental, ela pensa em se dedicar ao magistério. “A magistratura e o magistério são duas carreiras que devem ser exercidas a partir de uma verdadeira vocação”, observa. Ela acredita que sai da magistratura numa fase da vida em que poderá contribuir com a sociedade. “Penso que há uma obrigação daquele que teve oportunidade de estudar – e eu estudei sempre em escolas públicas – de se tentar dar algum retorno à sociedade daquilo que a vida e o estado brasileiro me deu. Saio bastante gratificada com meus colegas e com os servidores. Há muitas dificuldades no Poder Judiciário brasileiro, muitos obstáculos, mas vale superar todos a partir da disponibilidade pessoal interna de cada um de nós, para que a prestação jurisdicional seja executada da melhor maneira possível”.

Fotos: João Fábio Kairuz / ACOM / TRF3

1 - Desembargadora federal Vera Jucovsky, ao centro, entra no Plenário da 8ª Turma, ao lado do juiz federal convocado Ciro Brandani e Therezinha Cazerta; 2-Vera Jucovsky dirige suas palavras de despedida aos magistrados e servidores presentes; 3- Plenário da 8ª Turma; 4- Servidores do Gabinete de Vera Jucovsky compõem a plateia de sua última sessão de julgamento como desembargadora; 5-Vera Jucovsky concede entrevista

Assessoria de Comunicação